Um Ano de Cultura

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Arrisque e venha ao Festival Braga em Risco

A arte sem limites e de todo o mundo está no Braga em Risco

Arrisque e venha ao Festival Braga em Risco

Publicado em 16 de Março de 2025 às 10:00

Pedro Seromenho, diretor da 9ª edição do Festival de Ilustração, diz que o evento, inserido na programação de Braga 25 - Capital Portuguesa da Cultura, vai ter a maior participação de ilustradores internacionais de sempre. Acontece de 15 a 28 de março

O espaço monumental e o interior barroco do Mosteiro de Tibães, em Braga, farão parte do palco do maior encontro de ilustração em Portugal, o festival Braga em Risco, desta vez com a sua 9.ª edição inserida na programação da Braga 25 – Capital Portuguesa da Cultura e com o tema central “Natureza”. E, nem de propósito, desta vez coincide com a entrada da primavera, realizando-se de 15 a 28 de março – costumava ser em novembro.

Pedro Seromenho, diretor do Festival de Ilustração Braga em Risco, explica, em entrevista, como tudo se conjugou para esta ser a edição com a maior presença internacional de sempre e também como a alteração da data do encontro trouxe uma feliz epifania: a Natureza como tema. “Depois de alterarmos as datas para a primavera, pensando no Mosteiro de Tibães como espaço monumental, a escolha do tema foi imediata. Além de uma missão pedagógica e inclusiva, que envolve escolas e instituições de ensino especial, era importante que o Braga em Risco mostrasse preocupação ecológica. Este encontro é uma manifestação cultural e, por isso, o tema ‘Natureza’ tornou-se natural”, afirmou Pedro Seromenho.

Arrisque e venha ao Festival Braga em Risco

Pedro Seromenho a acompanhar visitantes numa edição anterior do Braga em Risco

A internacionalização do festival

O diretor do Braga em Risco, que é ilustrador, editor e escritor de literatura infantojuvenil, não esconde a satisfação com o facto de esta 9.ª edição, inserida no programa Braga 25 – Capital Portuguesa da Cultura, ser a que conta com a participação de maior número de ilustradores de outros países. “Nunca tivemos tantos ilustradores internacionais numa edição do Braga em Risco e o sinal que queremos passar é o de uma incontornável internacionalização do evento. Assim, queremos que o encontro edifique uma ponte entre Braga – Capital do Risco e Bolonha, onde acontece a mais importante Feira do Livro Infantojuvenil do mundo”, destaca.

O cartaz de criadores internacionais é realmente impressionante: “Temos dois ilustradores peruanos, Richolly Rosazza e Issa Watanabe, vencedora do Prémio da Feira de Bolonha 2024, a cubana Marla Linares, o lituano A. Bran, a russa Nastya Varlamova, as argentinas Nadia Romero Marchesini e Ana Bellande, a venezuelana Susana Suniaga, a espanhola Marina Gibert e o brasileiro Bruno Almeida, responsável pela identidade gráfica da Feira do Livro de Bolonha 2025, entre outros talentos da ilustração e do álbum ilustrado.”

Pedro Seromenho assegura que o festival de ilustração já fez nome fora de portas. “De momento, quando viajo pela Europa ou Américas, já me abordam e contactam por força do Braga em Risco. Acho que isso se prende com o leque diversificado de ilustradores que já passaram nas oito edições do encontro.” E recorda como o Braga em Risco recebeu nomes de todo o mundo. “Aqui já tivemos ilustradores sul-americanos como o André Neves, a Valeria Docampo ou o Roger Mello, vencedor do Prémio Christian Andersen, que é o prémio Nobel da literatura infantojuvenil. Tivemos vários professores das melhores escolas de ilustração de Itália e da Europa, como a Fundação Zavrel, em Sarmede, trazendo Marco Somà, Gabriel Pacheco, Ana Forlati ou Joanna Concejo. Em suma, é perfeitamente normal que no Brasil, Argentina, México, Espanha, Itália ou França se fale de Braga e deste Risco que acontece em Braga, Portugal. Ainda assim, acho que a nossa maior afinidade é com Itália. É um país onde pensam e amam a ilustração e o álbum ilustrado.”

A participação das escolas

Por causa da vertente pedagógica do festival de ilustração, a participação ativa das escolas é uma componente fundamental, como refere Pedro Seromenho. “Acho que todas participaram. O número de oficinas nunca satisfaz plenamente. Já andou perto da centena, mas em Braga há muitos agrupamentos e escolas. Ainda assim, creio que já marcámos e transformámos esses alunos. Ao longo de dez anos, com a interrupção óbvia da pandemia, levámos mais de uma centena de artistas até às salas dos alunos bracarenses. É um privilégio sem precedentes! Há crianças que já estiveram com dois ou três autores de livros e de trabalhos internacionalmente prestigiados. O Braga em Risco quer deixar essa marca. Como alguém que semeia para colher uma cidade mais culta, artística e sensível. Este ano, ao todo, teremos quase oitenta oficinas.”

Muito mais do que um festival de ilustração é também um encontro de escritores e ilustradores da literatura infantojuvenil, de tertúlias e workshops. “O Braga em Risco nasceu de um sonho partilhado com várias pessoas. A ideia nasceu de Lídia Dias, na altura vereadora da Educação e da Cultura de Braga, e, depois, a Sílvia Faria, na época chefe de divisão da Cultura de Braga, sugeriu o meu nome para curador do encontro. O Braga em Risco nasceu pequeno e humilde, na forma de uma coletiva chamada Braga 22×22, em que 22 ilustradores partilhavam a sua visão visitante sobre os mais diversos aspetos que encontravam na cidade de Braga, nomeadamente um património material e secular, natural, ou mesmo a tradição oral com os dizeres, entre outros temas. Depois, cada participante contribuía para o programa com novidades, tais como livros a lançar, oficinas a desenvolver ou residências a experimentar. Num determinado sentido, o Braga em Risco também tem sido um laboratório de ideias e de experimentação artística.”

Um laboratório que é cada vez mais global, como atesta a participação eclética desta 9.ª edição.